terça-feira, 26 de abril de 2011

Precisa-se de uma lavadeira


Olá para os poucos que acompanham este blog (se é que há alguém que acompanhe este blog... mesmo se não houver, não tem importância, pois isso aqui funciona mais como um desabafo...). As coisas parecem um pouco bagunçadas desde que Jinzushi se foi. Os dias transcorrem de uma maneira tão incontrolável que eu mal os sinto. As pequenas coisas, os mínimos objetos me trazem a insistente lembrança de nós dois. A xícara azul, agora vazia, permanece na estante; sem ninguém para tomar café nela. Não acordo mais com o incômodo barulho da tv nos fins de semana; o silêncio agora é meu despertador. O guarda-roupa muito mais vazio. A cama... Devo confessar? Ainda não tive coragem de dormir nela. No primeiro dia sozinho, armei uma rede e adormeci sobre a mesma. Desde que Jinzushi pegou aquele avião, não tenho sentido as coisas direito; não tenho sentido exatamente a ferocidade do mundo ao meu redor. Eu sinto como se tudo estivesse passando em câmera acelerada e eu tentasse desesperadamente correr para acompanhar o ritmo, sem muito sucesso, é óbvio. Estou tentando, é sério! De verdade! Tentando destruir, dentro de mim, aquela mínima voz que brada em meu cérebro que estou fadado ao fracasso. Num processo gradativo, as pessoas vão se aproximando de mim. Eu gosto delas; porém, apesar de estar acompanhado de pessoas que prezo tanto e são do meu agrado, me sinto mais só que nunca, pois elas não me compreendem. E como poderiam? Não há como. É tudo infinitamente particular (sim, eu escuto Marisa Monte, vai encarar?). Se eu fosse uma coisa neste instante, eu seria um carro. Eu sigo, prossigo, continuo, vou em frente. Mas, atenção! A capacidade do meu tanque é mínima! Sempre estou precisando recarregar o combustível, do contrário, posso parar de funcionar a qualquer instante. Garanto que venho me arrastando o mais rápido que posso! Reorganizando compromissos, objetos, horários, pessoas, sentimentos; distraindo-me com as mínimas coisas; assistindo filmes e séries de comédia (Bazinga!); jogando video game em períodos de intensa confusão psicológica; tomando cuidado com a saúde (já estava mais do que na hora...); evitando músicas tristes-nostálgicas-românticas; e delato que tudo isso vem antecedendo e auxiliando uma maior concentração e organização posterior de minhas obrigações sociais, intrapessoais e diárias. Ainda assim... Sinto que falta algo. Talvez um livro para ler (devo estar brincando...)? Ultimamente, um bem incomum me chamou a atenção: The Perks of Being a Wallflower. Estava eu a procurar sobre a filmografia de Emma Watson, na internet, quando avistei este título peculiar. Pesquisando, logo descobri do que se tratava: Um livro, de Stephen Chbosky, escrito em forma de cartas para o leitor, por um garoto fictício de 15 anos chamado Charlie. O enredo vem sendo extremamente elogiado e trata de questões tão pessoais que muitas vezes nos perdemos dentro delas. Frases como “Eu acho que nós somos o que somos por uma porção de razões. E talvez, nós nunca saberemos a maioria delas. Mas mesmo que não tenhamos o poder de escolher de onde viemos, nós podemos continuar escolhendo para onde nós vamos.” e “Eu só espero que Deus ou meus pais ou Sam ou minha irmã ou algúem apenas me diga o que há de errado comigo. Apenas me diga como ser diferente de um jeito que faça sentido. Para fazer tudo isso ir embora. E desaparecer. Eu sei que isso é errado porque isso é minha responsabilidade, e eu sei que as coisas ficam piores antes de melhorarem porque é o que meu psiquiatra diz, mas quando estas são piores eu as sinto bem MAIORES.” Nos fazem ter sensações extremamente fortes. Uma lavagem para alma, exatamente o que venho precisando. Veremos se Charlie pode me ensinar a como lidar melhor com meus sentimentos sobre Jinzushi. Afinal, tento evitar as coisas que amávamos juntos; mas isso consequentemente não me afasta de Jinzushi? Então estou tentando afastar meu sentimento porque me causa dor? Parece que sim. Eu nunca soube lidar bem com a falta. Creio que tenha chegado a hora de aprender. O certo foi finalmente feito e obviamente não foi fácil fazê-lo. Pelo menos descobrimos o que é certo. É hora de construir caminhos. Parece que as etiquetas estão sempre certas. É so lavar que está novo. Vamos lavar a alma então!

Um comentário:

  1. Vamos lavar a alma com HOMO :D haushauhsua Brincadeira mah ^^ Eu sempre leio suas idéias, Obrigado por acompanhar meu blog e comentar rs! Beijo!

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