domingo, 3 de abril de 2011

O Equilibrista


Minha alma é o vento. Meu corpo é água. Passo e trespasso, desfaço e refaço. Vivo deste cambalear, dos meus extremos, das minhas ausências e dos meus excessos. Sobrevivo, vivo ou morto. Vítima dos meus furacões, das minhas tempestades. Chuva vermelha. Abro e tranco minhas portas; gotas de negror, porém, sempre guardo as chaves. Caminho e logo caio, mas, não levanto... eu vôo! Com asas que cobrem o céu, que dominam o mar, que explodem em matéria, ardor e sentimento. Não quero nada mas preciso de tudo! Preciso de um anjo de asas escuras, de uma flor rubra como o sangue, meu sangue, nosso sangue. Preciso da princesa no alto da torre esperando para ser salva, preciso de cordas, preciso de luas, vagando às tontas pela treva.

Preciso de muito mais, eu DESEJO muito mais! Desejo salvar o planeta e salvar a última Cetra viva; desejo possuir uma espada em forma de chave e abrir portas para os outros mundos; desejo voar sobre a Terra do Nunca; desejo me tornar um Hokage; desejo ser um bruxo e estudar num enorme castelo; abrir um guarda roupa e descobrir que há um mundo mágico do outro lado; desejo vestir a armadura de ouro de sagitário, desejo trabalhar para a feiticeira das dimensões, desejo ter as cartas clow; desejo comer a maçã envenenada; desejo matar um terrível dragão... desejo... me encontrar, encontrar meu rosto perdido por entre os espelhos da cidade; me provar e deixar que me provem; me superar! Ser alguém, ser grande, ser inteiro. Já tenho as partes que me completam, já sei o que forma meu quebra cabeças. Juntar as peças é impossível, portanto, me resta imaginar... criar... mergulhar...

Tão doce quanto o sal e flexível como uma rocha eu posso ser, mas, ainda posso ser a água e o vento... posso ser brisa ou furacão, ser onda ou maremoto. Posso ser você ou quem eu quiser. Só preciso que acreditem em mim. Difícil de desvendar? Não. Eu não sou um enigma para ser desvendado. Sou uma elipse, uma perífrase, uma écloga, uma estrela, um aeon, um esconjuro... sou eu. Ainda mórbido e lúgubre, mas sou eu. Eu ando sobre cordas, apanhando estrelas, mãe. Um dia, eu salvarei o mundo, nem que seja o seu.

Ass: Tatau

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